terça-feira, 3 de março de 2009

À conversa com...

Quase ao mesmo tempo que Stefan Dorra nos respondia também o grupo de criadores italianos Acchittocca nos enviava as suas respostas às nossas 11 perguntas.
De forma simples e clara, Virginio, porta-voz do grupo nesta entrevista, foi-nos dando conta de desejos, realidades e opiniões do grupo e pessoais...
Para esta entrevista contribuiram bastante o Gonçalo, o Luca (Dorakeen) e ainda o Flotsi. Quer ao nível das traduções quer das revisões. Muito obrigado a todos!

JogoEu (JE) – Quem é Acchittocca? Contem-nos um pouco da vossa história.

Acchittocca (Ac) - Sou eu (Virginio) a responder mas falo com os outros do grupo, e portanto é como se todos estivéssemos a responder.
Tiro a historia da página em inglês do nosso site:
We had the idea of founding a group of game inventors in the 2001, when we was coming back all together from Mucca games, an italian game convention. On the car we talked about the prototypes we tried during the convention: it was more enjoyable and… useful than working alone! The name “Acchittocca” (it can be translated from Italian as “Who’sNext?") was born “playing”: we proposed and eliminated many possible names. We have chosen it, at the end, in order to receive a lot of subliminal advertising, every time a player will ask it during a game! :)

Tenho de dizer que a historia dos Acchittocca vai acabar em breve. Por compromissos pessoais e por uma diferente visão que temos desta actividade, vamos concluir os jogos em que já estamos a trabalhar (mais de dez) mas não vamos criar mais jogos juntos; pode ser que no futuro sejam lançados jogos assinados Acchittocca e jogos assinados individualmente por cada um de nós.

JE – Quais são os gostos, em termos de jogos, dos diversos elementos do grupo?

Ac - São bastante diferentes:

Virginio: War of the Ring, Settlers of Catan, Imperial, Puerto Rico, Das Zepter von Zavandor;
Flaminia: Settlers of Catan, Lupus in Tabula, Role play (with few rules and a lot of talk!), Meuterer and, especially ,any game not yet played!;
Antonio: War of the Ring, Puerto Rico, Rasende Roboter, Magic, Settlers of Catan;
Stefano: Agricola, Puerto Rico, Settlers of Catan, Das Zepter von Zavandor, Caylus;

JE - Como descrevem o panorama lúdico na Itália?

Ac - Na Itália os jogos de tabuleiro não estão difundidos; muitas pessoas têm como referência jogos antigos como o Monopoly ou o Risk ou, ainda pior, jogos inspirados quizs televisivos; infelizmente as editoras e as associações lúdicas estão inclinadas a proporem sempre à mesma tipologia de público e têm dificuldades em apresentarem-se a novas pessoas. Contudo reparei que não é difícil fazer interessar as pessoas pelos jogos de tabuleiro se lhes apresentarmos jogos bons e adequados a quem não tem muita experiência.

JE – Como nasceu a inspiração para o jogo Comuni?

Ac - Não tive uma fonte particular de inspiração pelo Comuni; gosto muito de jogos com ambiente medieval assim propus ao grupo a ideia de um jogo bastante complexo do qual, depois, nasceu o Comuni; dessa ideia/jogo original nasceram mais dois jogos em que ainda estamos a trabalhar, Borgo e Popoli. Pois o ideia inicial era demasiado complexa ... :-)

JE – Como definem a recepção que o jogo tem tido?

Ac - Em Essen, foi bom ver dezenas de pessoas a jogar o nosso jogo ao mesmo tempo (havia sempre 8/10 mesas a jogarem nos stands dos três editores que co-produziram o jogo) e, em seguida, votaram-no muito bem no ranking do Fair Play onde ficou em terceiro. A tiragem inicial já foi vendida e nós esperamos que em breve se edite uma outra. Portanto, estamos satisfeitos, também graças ao trabalho que a Tenki Games fez ao nível gráfico e de beleza dos materiais.

JE – Qual é o vosso maior desejo enquanto criadores?

Ac - Como disse antes, nós temos ideias muitos diferentes: para alguém isto é só um hobby como outro qualquer, um outro queria criar o "jogo perfeito", eu gostava de fazer disso a minha profissão ou pelo menos que seja semi-professional; vamos ver ...

JE – Qual o criador italiano com quem mais se identificam?

Ac - São muitos os autores italianos que estimamos e admiramos, pessoalmente gosto muito dos jogos do Paolo Mori que ainda não foram publicados, são as melhores coisas que criou, mas penso que no futuro vão ouvir falar muito dele; depois há Leo Colovini que é o único autor italiano para quem o jogo se tornou o seu trabalho.

JE – O que mais prezam num bom jogo? Que jogos se identificam com essas características, na sua opinião?

Ac - Num processo criativo como a invenção de um jogo não é fácil estabelecer regras; muitas vezes, dizemos que começa com uma mecânica interessante e embrulha-se com um tema que se adapte, mas este procedimento de "camadas" é perceptível e não dá os melhores resultados.
Os nosso três jogos publicados (Leonardo Da Vinci, Ghost for Sale e Comuni) podem ou não agradar, mas têm a vantagem de terem nascido com uma ideia de mecânica imediatamente relacionada com uma temática, e foi assim que acabaram por ser publicados; penso que as temáticas desses jogos são coerentes com aquilo que se faz durante o jogo, ou pelo menos parece-me que assim.

JE – Dos jogos lançados em Essen, qual ou quais os que mais vos surpreenderam pela positiva?

Ac - Comuni é o jogo que mais se aproxima do nosso gosto como jogadores, mas isso é normal. Sinceramente eu nunca tive jogos por que me apaixonasse. O dominador da feira Dominion é uma boa ideia, inovadora e comercialmente viável; e penso que o jogo terá necessidade de continuas expansões para lhe alimentar o interesse, e acho que o Hans in Glück e o autor ficarão felizes por satisfazer essa necessidade. .. :-)

JE – Para passar uma boa noite entre amigos que jogos recomendariam para o menu?

Ac - Depende muito dos gostos dos nossos amigos, as nossas prateleiras têm o suficiente para satisfazer todas as necessidades. Quando os nossos amigos são imprudentes e aceitam, podem confrontar-se com um protótipo Acchittocca ... :-)

JE – Uma palavra para…
Ac :

Comunilindo :-)

Itália decadente

Essen diversão

Jogar livre

Desejo esta é muito difícil...

JE - Grazia!

Esta entrevista será publicada exclusivamente em português, a não ser que algem tenha a gentileza para a traduzir para inglês!

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