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sábado, 27 de outubro de 2007

Factor "Casa" ou factor "Sorte"?

Esta quinta - feira voltamos às nossas jogatanas habituais, digo voltamos porque na quinta passada eu baldei-me, logo a equipa ficou desfalcada... Considero que já tinha saudades...!
Começámos por decidir entre jogar dois pesos médios ou um peso pesado, é que ultimamente temos jogado um médio e um grande e a ronda não acaba antes da 1h30 da matina, o que para quem tem de se levantar cedo no dia a seguir é complicado.
Acabámos por escolher dois pesos médios, decidindo começar por Arkadia e acabando com Ra.


Round 1 - Arkadia

O Arkadia era novidade para mim, mas depois de uma breve e muito boa explicação dos meus colegas lá demos início ao jogo.
O Gonçalo e o Carlos entraram muito melhor no jogo, escolhendo os locais mais abertos, onde pudessem usufruir de construções com duas frentes, eu sinceramente nesta primeira fase via-os jogar, encostei os meus arquitectos às paredes, comecei de mansinho, sem me intrometer muito nas construções deles, mas com o passar do tempo fui-me apercebendo de alguns pormenores que no meu ver foram cruciais. O primeiro foi o aproveitamento de uma grande construção do Carlos num dos cantos, ora precisei apenas de colocar dois ajudantes e um arquitecto para fechar de uma só vez duas construções. Não me lembro de quantas medalhas rendeu, só sei que após construir as torres, vendi 9 medalhas que renderam 36 dinheiros. Enquanto isso o Carlos já tinha feito uma venda de medalhas verdes que lhe rendeu também um bom dinheiro e o Gonçalo também se ia desenrascando. Quando apenas restavam 5 torres na fase II eu, sem querer forcei o fim do jogo, pois pensava que ia fechar 2 casas e fechei 3, logo restaram apenas 2 torres que transitaram para a fase III. Entretanto consegui vender mais uma vez 9 medalhas por 4 dinheiros cada. Carlos fez três vendas, mas uma apenas lhe rendeu 16 dinheiros. O Gonçalo fez apenas duas vendas que não conseguíram cobrir os meus 72 dinheiros.

A jogada Final ou Fatal!

Partimos então para a jogada final, começou o Carlos e decidiu investir dois arquitectos numa construção colocada estrategicamente pelo Gonçalo e que lhe dava participação numa outra colocada paredes meias a esta. A seguir fui eu, ora como andei todo o jogo praticamente a ver jogar, excepção para duas ou três jogadas, fui acumulando arquitectos, chegando a esta fase com 5 em mão, foi então que aproveitei uma construção em forma de "T", feita pelo Gonçalo um pouco esquecida por todos e que por sinal estava ladeada por uma outra, muito bem, coloquei lá os meus 5 arquitectos, mais um ajudante e limpei 9 medalhas verdes.
No final estava com receio que me tapassem as torres verdes mas como o Carlos tinha muitas da mesma cor (10) também não lhe interessava, logo deixou 4 em linha de vista, que lhe renderam 40 e a mim novamente 36.
Feitas as contas consegui ganhar o Arkadia na estreia com 122 dinheiros, o Carlos em segundo com 108 e o Gonçalo a seguir com 107.

Fiquei muito contente por ter ganho mas mais contente ainda por me ter divertido muito logo no primeiro jogo que fiz. Gostei bastante deste Arkadia, muito bonito, com componentes magníficos e com uma jogabilidade intensa, onde nos apetece fazer tudo, construir e colocar logo arquitectos, pois se construímos vem outro atrás e "pimba", se colocamos homens podem-nos fazer falta mais tarde...

Round 2 - Ra

O Ra foi um dos jogos mais curtos que jogámos pois estavam constantemente a sair cartas de Ra. A minha primeira mão foi fundamental para o desfecho do jogo, pois dada a velocidade com que sasiam as cartas de ra, essa jogada valeu-me uns pontitos.
No final tornei a ganhar um jogo e acabei a noite de barriguinha cheia...
Em minha casa mando eu, ou não, pois basta-me ter a Sílvia pela frente e lá se foram as vitórias, ela joga que se farta e normalmente não dá hipóteses...eheheh
Bem, desculpem os kilómetros do post, mas há muito que não escrevia e hoje decidi-me.
Até breve...!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Paladares de mas una jueves

Dando cumprimento ao "religioso" encontro semanal, ontem reunimos as tropas em minha casa. As novidades (existem novidades todas as quintas-feiras, e ontem, esse facto levou o Jorge e o Gonçalo a exigir que não se comprem mais jogos novos até ao Natal...). Por este andar realmente não será fácil repetir um jogo, aliás já entrámos numa fase em que se equaciona a marcação de mais tempo para pôr a jogatina em dia. Mas isso são só pormenores, na minha opinião se pudesse, teria um jogo novo todos os dias!!! (é o tal síndrome da compulsão de aquisição de jogos via internet!! hehe). Não vejo razão para não ter jogos novos, a não ser o factor económico que me levam a não o poder fazer, porque de resto todos somos livres de jogar o que queremos, e se realmente queremos jogar jogos iguais por mais que uma vez, não é obrigatório que tenhamos de jogar os novos (isto faz-me lembrar o "mais olhos do que barriga").

Mas de volta à noite de ontem. Em primeiro lugar referir que tivemos uma convidada extra, que tanta falta fez para sermos quatro noutras quintas que já passaram, refiro-me à Sílvia. Desde já obrigado por teres vindo! A Sílvia é uma convidada de peso pois gosta pouco de perder e como tal, os níveis de vigilância aumentam substancialmente em todos os jogos por parte de todos nós, mas no fundo o que importa é mesmo o convívio e o prazer que o catano dos jogos nos proporcionam, ou não será?

A decisão dos tabuleiros a abrir recaiu numa novidade, Ra de Knizia, à imagem de uma subtil entrada de fois gras servido em pequenas tostas de pão de sésamo faustosamente decorado com bagas de mirtilo importado, Ra é daqueles belos exemplares que dá gosto ao paladar e a vista; o outro prato da noito foi numa semi-novidade para mim e para o Gonçalo, e uma novidade completa para a Sílvia e para o Jorge - El Grande, do senhor Wolfgang Kramer. El Grande assemelha-se ao peso-pesado que sempre pensámos que ele era, mas que na verdade se revelou ser apenas um peso-médio. Cai no estômago como um belo bacalhau com natas comido com moderação!

Depois de servir aos presentes todos os condimentos de RA (refiro-me aos Suns), cada um foi apreciando o paladar requintado deste aromático jogo de leilões que não é só aroma mas também um belo prato de texturas simples mas diversificas. O Jorge apostou no Nilo e as suas colheitas deram-lhe a vitória no final, com uma margem bem folgada (o rapaz está talhado para esta coisa dos leilões, lembro quem não sabe que já no Modern Art só a mulher dele é que lhe ganha!). Do veludo texturado de RA partimos em conquista da grande Espanha Medieval dos Grandes Senhores. Depois de uma breve explicação demos inicio à conquista, um pouco às cegas fomos recrutando, mais ou menos soldados que se foram alojando aqui e ali, sempre em nome de uma maioria cubista que nos levasse a pontuar o máximo no momento dedicado a isso.

Optámos por jogar a forma curta do jogo, que nos fez passar por cima das etapas 1, 4 e 7 e no final o vencedor foi o Gonçalo com um distanciamento não muito largo da segunda que foi a Sílvia, ultrapassando-me mesmo na recta final por ter beneficiado de uma escolha correcta na colocação dos seus cavalleros concentrados no castillo, e também do mesmo tipo de estratégia adoptada pelo Gonçalo que me retirou a maioria na minha província Grande. O Jorge quedou-se no último lugar, mas empreendeu uma recuperação fantástica na 2ª e 3ª ronda depois de uma 1ª ronda desastrosa (ainda não conhecia o jogo e fez más opções!)

No compto geral El Grande agradou a todos mas cada um ficou com memórias distintas nas papilas gustativas. O Gonçalo e eu continuámos a sentir o aroma adocicado deste jogo, a Sílvia ficou agradada com a enigmática fragrância dos mecanismos de jogo, enquanto o Jorge continua completamente embriagado pelo generoso e grauado Caylus (temos de repetir, porque todos gostámos dele, embora eu seja abstémio!)

Fiquem bem e até breve...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Hoje falo-vos em nome de Ra...

Hoje vou falar-vos de Ra! Não do Deus egípcio, mas antes de um dos melhores jogos de Reiner Knizia (mais um dos muitos nesta categoria). Actualmente ocupa a 14ª posição do ranking do BGG e trata-se, afinal de contas, de um jogo de leilão e de combinações de tiles.

O número mínimo para se jogar o jogo é 3 jogadores e o número máximo é 5 jogadores. Uma partida de Ra pode durar entre 40 a 60 minutos e a idade mínima aconselhada para se jogar este jogo é 12 anos.

Objectivo do jogo

O jogo desenrola-se em 3 épocas (no das quais há contabilização de pontos de glória). O vencedor será o jogador que consiga obter o maior número de pontos de glória no final das três épocas.

Organização inicial

O tabuleiro de jogo é composto por duas pistas para colocar as fichas de jogo; a de cima serve para colocar as fichas Ra, que dão início a um leilão involuntário (tem 10 casas); a pista de baixo tem 8 casas e serve para colocar as fichas que vão sendo colocadas pelos jogadores até haver um leilão.

As fichas são colocadas dentro de um saco (vem com o jogo) para serem retiradas à sorte por cada jogador na sua vez. Cada jogador irá receber duas tábuas de 5 pontos cada (totalizando 10 pontos) que deve manter com a face numerada virada para baixo, e um conjunto de 3 peças, que representam o Sol, feitas em madeira, com valores que podem ir de 2 a 16 dependendo do número de jogadores. O número 1 é colocado no centro do tabuleiro de jogo, assim como a peça representativa de Ra (em madeira azul).

Desenvolvimento do jogo

O jogador com o maior Sol começa a jogar e o jogo desenrola-se sempre no sentido dos ponteiros do relógio. Sempre que um jogador tenha peças de Sol para oferer em leilão tem de jogar, e pode optar por uma de 3 acções possíveis:

1 – Retirar uma ficha do saco e colocá-la na pista inferior do tabuleiro;

2 – Invocar Ra; ou

3 – Jogar uma ou mais fichas de Deuses.



1 - Retirar uma ficha do saco.

Ao retirar uma ficha o jogador deve colocá-la na pista inferior, destinada a estas fichas e o turno acaba, passando a vez para o jogador à sua esquerda.

Se o jogador retirar uma ficha de Ra, então deve colocá-la na pista superior, pegar na peça Ra e colocá-la na sua área de jogo dando-se início a um leilão involuntário.

2 – Invocar Ra

O jogador diz “Ra” para que todos o ouçam e pega na peça Ra colocando-a na sua área de jogo. Dá início a uma fase de leilão voluntário.

  • Os leilões

O leilão é uma fase em que um jogador, de forma voluntária ou involuntária, desencadeia um processo de aquisição das peças que se encontram na pista inferior do tabuleiro (é possível, mesmo não existindo peças na pista inferior do tabuleiro, activar um leilão!)

O jogador que fez despoletar uma fase de leilão recolhe a peça Ra para a sua área de jogo e aguarda para que todos os jogadores, a começar pelo da sua esquerda, ofereçam uma peça de Sol equivalente a um valor que, como já vimos em cima, poderá ir de 2 até 16 dependendo do número de jogadores (cada jogador só pode oferecer uma única vez por cada leilão!).

Todos os jogadores, neste tipo de leilão podem optar por passar, não oferecendo nada pelas referidas fichas, no entanto, o jogador que possui a peça Ra, que será sempre o último a oferecer, tem obrigatoriamente de oferecer um Sol.

As excepções a esta regra são:

a) no caso de algum dos jogadores anteriores terem feito um lance;

b) no caso de um jogador, não tendo ficha de Deus para jogar, ficar sem espaços para colocar uma ficha na pista inferior;

c) no caso de tirar um ficha Ra.

Um jogador só pode oferecer um valor de Sol superior à oferta imediatamente anterior à sua.

No final de um leilão as fichas são entregues ao jogador que ofereceu o maior valor de Sol. Esse jogador tem direito às fichas todas que estavam em leilão e deverá trocar o Sol que lhe permitiu ganhar pelo Sol que estiver no centro do tabuleiro (no início da 1ª época é o Sol com o valor 1). O Sol que recolher é colocado na sua área de jogo voltado com o número para baixo, não podendo ser mais usado nessa época. A peça Ra é recolocada no local de origem.

Terminado todo o processo de leilão o jogo prossegue com o jogador à esquerda daquele que deu início ao leilão no turno anterior.


3 – Jogar carta de Deus

Todos os jogadores que possuam fichas de Deuses podem jogá-las na sua vez, ficando com a possibilidade de trocar uma ficha de Deus por uma das fichas que estiverem expostas na pista inferior. A carta de Deus é retirada de jogo e o jogador fica com a que trocou, colocando-a na sua área de jogo. A carta retirada da pista inferior é substituída por outra retirada do saco.

  • Organização da área de jogo

Cada jogador deve organizar a sua área de jogo da seguinte maneira:

1 – Peças de Sol e Deuses

2 – Faraós

3 – Fichas de Nilo e Cheias do Nilo

4 – Fichas de Civilização e Ouro

5 – Fichas de Monumentos

  • As catástrofes

Assim que um jogador ganha uma série de fichas em leilão, ele deve colocá-las na sua área de jogo e depois terá de verificar os efeitos de eventuais fichas de desastre que possam estar nessa série.

Caso isso aconteça o jogador deverá retirar da sua área de jogo duas fichas correspondentes à catástrofe representada na ficha. Só retira apenas uma das suas fichas se não tiver mais do que uma ou então poderá eventualmente nem ter de retirar nenhuma ficha se não tiver fichas relativas à catástrofe representada.

No caso da seca, as duas cartas a retirar devem ser sempre em primeiro as de cheias e só depois as de Nilo. Obviamente que se o jogador não tiver fichas de cheias tirará as duas fichas do monte das suas fichas de Nilo!

Depois de se cumprir esta regra as fichas de catástrofe também são retiradas do jogo.

O final de uma época

Assim que o último jogador, jogue o seu último Sol, a época termina. Todas as fichas de Ra são retiradas do tabuleiro.

A época acabará também logo que se coloque uma ficha Ra na última casa da pista superior. Neste último caso, não haverá lugar a leilão, retirando-se do jogo todas as fichas da pista inferior.

Seguidamente procede-se à contagem de pontos de glória e depois colocam-se os valores de Sol visíveis e disponíveis para licitar na época que se segue.

Pontuação

A pontuação é feita partir dos esquemas que se encontram no tabuleiro e também no livro de regras. O jogo termina no fim da 3ª época e ganha o jogador que tiver o maior número de pontos de glória. Em caso de empate ganha o que tiver o Sol com o maior número!

Este jogo custa entre 35 e 38 euros.

Avaliação final

Reiner Knizia, autor de Ra, é um autor fabulosamente prolífero e, evidentemente, algumas das suas criações são menos interessante do ponto de vista lúdico. Outras vezes, Knizia oferece-nos verdadeiras pérolas, e Ra é para mim um desses jogos. As regras deste jogo são simples quer de aprender, quer de ensinar e o seu sistema de pontuação, embora diabolicamente elaborado e cheio de variantes (ao jeito Kniziano), torna-se bastante fácil de entender depois de uma partidinhas.

Embora eu confesse que os jogos de leilão não são o meu prato favorito, este Ra diverte-me imenso porque neste jogo todos sabem aquilo para que os adversários estão a jogar e aquilo que poderão oferecer, tornando-se mais fácil de engendrar uma estratégia.

Em conclusão, Ra é um jogo original, equilibrado e subtil e constitui, na minha opinião, uma belíssima opção para "construir" uma boa ludoteca.

Para quem estiver interessado em jogar antes de comprar podem experimentar o jogo no pc, fazendo o download do jogo. Como bonús poderão experimentar outro grande jogo de leilão de Knizia, Modern Art.


Aqui: http://snapper.rooms.cwal.net/games.html



Fiquem bem e até breve...