domingo, 20 de janeiro de 2008

Os Pilares da Terra... a nossa perspectiva.

Os Pilares da Terra é um jogo bastante apreciado no nosso grupo. Tratando-se de um jogo de gestão/desenvolvimento e com todos aqueles pequenos cubos em madeira, só podia ser um jogo apreciado por nós!

Como todos já tínhamos lido aqui e ali, que o jogo tinha semelhanças com o grande Caylus, lá nos lançámos na busca das parecenças. Ao princípio não foram muito evidentes, mas depois de uns quantos turnos lá começámos a sentir o Caylus escondido! Mas este jogo está longe de ser um Caylus aligeirado, ele tem alma própria, e uma grande alma por sinal!

A comparação redutora entre Pilares e Caylus pode justificar-se por algumas semelhanças nas mecânicas de ambos os jogos, mas quanto a mim falarmos em Caylus e em Pilares da Terra, é falarmos em jogos com personalidades bem distintas, em que podemos encontrar pontos de contacto mas nada mais do que isso. Aliás, quantos jogos não partilham mecânicas?

Os Pilares da Terra utilizam um sistema de escolhas de acção por colocação de encarregados de obra e oferece a cada turno numerosas escolhas tácticas, além disso é um jogo variado, muito fluido e extremamente equilibrado na medida em que, na minha opinião, não há estratégias vencedoras preestabelecidas, de tal maneira que as diferenças pontuais entre jogadores que dominam correctamente as regras, são frequentemente muito apertadas.

O manual de regras pode parecer um pouco extenso pois ainda tem várias páginas, mas estas revelam-se claras, bem escritas e facilmente assimiláveis. A esse respeito, o resumo das 14 acções que encontramos no manual e o momento em que são realizadas, torna extremamente simples o controlo das referidas acções, sendo um sucesso no apoio à aquisição das regras pelos iniciados.

Pilares da Terra desperta o prazer de jogar quer em jogadores experientes como em jogadores mais ocasionais. Constitui por isso um excelente exemplar para fazer a introdução aos jogos de gestão/desenvolvimento com jogadores iniciados neste género.

Quanto ao material não há nada a reclamar, é muito bonito, é sólido, é muito prático, em duas palavras: é perfeito! Relativamente ao tema: podemos afirmar que é credível e desliza bem na mecânica de jogo. A duração de jogo está no formato tradicional dos jogos de gestão "à moda alemã": dura uma boa hora (bem cheiinha) com três jogadores, que foi o número máximo de jogadores com que joguei até hoje, e será de cerca de hora e meia com um configuração a quatro.

A edição que ensaiámos foi a espanhola da Devir, e está realmente perfeita: excelente tradução das regras (pelo menos é facilmente dominada) enquanto que o fabrico dos diferentes componentes é de boa qualidade. A iniciativa das editoras espanholas deve ser enaltecida e incentivada, porém estas não se deviam esquecer de nós, e aproveitando as traduções para o espanhol poderiam fazer também as traduções para a nossa língua. Aqui fica o repto!

Os Pilares da Terra é um jogo manifestamente repleto de qualidades, é aliás, um dos meus jogos preferidos, nesta categoria de jogo de pesos médios, e um daqueles que recomendo calorosamente a todos os tipos de jogadores.

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