terça-feira, 27 de maio de 2008

Não é bem uma session report...

Ontem chegou finalmente à nossa mesa um dos jogos do momento, muito popular por terras lusitanas... o BRASS.

Eu (Gonçalo) e o Carlos tínhamos decidido adiantar trabalho e na sexta feira estivemos a "desbravar" o jogo. Como é natural escaparam-nos umas quantas regras e fomos tendo algumas dúvidas...mas sentiamo-nos suficientemente preparados fazer a introdução ao jogo. E foi isso que fizémos ontem.
Lá comecei, com a ajuda do Carlos, a explicar ao Jorge e ao Tiago os principais conceitos de jogo. Reparei que apesar de achar que estava a ser ligth nas explicações, elas foram-se arrastando e já via o meu amigo Jorge a suspirar e a pensar..."se isto não começa já eu vou mais é treinar Crokinole"! heheheh
Começámos então...ainda com algumas coisas pouco claras, mas já o suficiente para ir sentindo a dinâmica do jogo. Todos os jogadores foram construindo as suas indústrias e desenvolvendo os seus canais, por vezes sem saber bem porquê ou com que objectivo e cometendo alguns atropelos às regras, atropelos esses em alguns casos detectados (e por isso discutidos - por vezes bastante tempo - e corrigidos), e noutros nem por isso (explico quais não foram detectados mais à frente). A intenção era ir experimentando. No final do período do canal o jogo já fluía melhor e quando entrámos no período dos caminhos de ferro as noções sobre o jogo já estavam mais claras. O final do jogo chegou como uma locomotiva e à semelhança do que aconteceu em Imperial o Tiago obteve a vitória final, fruto de uma boa leitura do jogo. Os outros "industriais" ficaram logo a seguir ;)
Se pensam que a reportagem fica por aqui, estão enganados. Lembram-se quando disse que tinham existidos atropelos às regras não detectados...pois bem, alguns já foram detectados.
Quando o jogo acabou e a malta foi embora fiquei a matutar em duas coisas que se passaram durante o jogo. A primeira foi em relação ao funcionamento do Mercado Distante. Pouco depois do início do jogo o Jorge perguntou-me como é que funcionava a venda de algodão para o mercado distante. Depois de lhe ter explicado ele disse que não percebia lá muito bem e até achava que não tinha muito lógica e que essa venda não era muito atractiva...lá dei uma explicação um pouco diferente e ele ficou um pouco mais convencido. Acontece que quem não ficou convencido fui eu...de facto começou a parecer-me pouco vantajoso. A interpretação que eu fiz das regras foi que, quando vendíamos para o Mercado distante, através de um porto construído (nosso ou não), e depois de virarmos o tile para saber se ainda havia procura de algodão, recebíamos, em dinheiro, o valor indicado pelo marcador de procura de algodão, "flipávamos" a "cotton mill" e registávamos o income (que corresponde ao número inscrito no círculo dourado). Está errado, o valor indicado pelo marcador de procura de algodão é adicionado ao nosso income. Por exemplo, se o marcador de procura de algodão no mercado ficou no dois, esse valor é somado ao valor inscrito no circulo dourado no verso do "cotton mill", 5 por exemplo, e deve ser registado no nosso income 7 (2+5). Ora esta mudança vai concerteza tornar o mercado mais apelativo. Espero que tenham percebido, senão eu depois explico oralmente, já tenho uma explicação "à maneira"...hehhhe
A segunda situação que me causou espécie e ao meus companheiros de certeza também foi a pouca procura de aço. Comentámos algumas vezes que a procura de aço era muito baixa mas pensámos que seria (eu pelo menos pensei) fruto de jogadas mais inexperientes. Nada disso...a pouca procura de aço deveu-se sobretudo a um "pormaior" das regras respeitantes ao desenvolvimento (development) que eu ainda não tinha visto...mea culpa! Acontece que quando se faz o desenvolvimento, por cada tecnologia antiga que deitares fora (no máximo duas) tens de ir buscar a um lado qualquer, adivinhem o quê...exactamente, AÇO!!!!!
No seguimento disto percebi melhor que temos alguns conceitos em relação ao acesso ao aço que não correctos...mas como o post já vai longo, depois explico.
Abraços e fiquem bem,
Gonçalo
P.S1: Vou continuar a passar as regras a pente fino...agora que tenho a visualização do jogo e da dinâmica é mais fácil descobrir se ainda está muita coisa a ser erradamente jogada.

10 comentários:

Costa disse...

E digam lá... é ou não um jogaço eheheeh!

Carlos Abrunhosa disse...

Mesmo com uma mão cheia de incertezas, fruto da nossa "permaturidade", fiquei agradado com o jogo.
Brass é looonggoo como o catano e por isso foi esse o aspecto que mais me desagradou, mas isso é "coisa" minha, pois para os outros o factor tempo de jogo não pareceu incomodar muito.
Gostei imenso da dinâmica de construção e notou-se claramente que ainda não estava tudo descoberto no que diz respeito às regras (parabéns Gonçalo pelo artigo, pela perseverança e pela paciência!). Aliás as regras são outro dos aspectos que eu acho muito negativos no jogo, sobretudo a confusão na organização das ideias do senhor Wallace (já está na ora do homem arranjar um especialista em redacção de regras!!!)
Mais ao resto gostei muito, apesar de ter ficado em 3º lugar, senti que é possível fazer o emu jogo sem ter de ficar a ver os outros a jogar.
Uma vez mais parabéns pelo artigo e pela rapidez com que o escreveste!!

Jorge Teixeira disse...

Parabéns Gonçalo pela report e obrigado pela persistência em saber mais sobre as regras e assim melhorar as nossas experiências futuras com o mesmo...
Quanto à minha opinião sobre Brass, considero que ainda é muito cedo para ter uma opinião mais formada, mas parece-me com muito potencial. Agora, ao contrário do Tiago a minha estreia com o Imperial deu-me muito mais prazer em jogar que este Brass, vamos ver se com o tempo e experiência de jogo esta opinião muda. É importante dar a este Brass a mesma oportunidade que demos ao Imperial...

Abraços

soledade disse...

Joguem-no com calma e com as regras (todas :)) certas. Brass tanto funciona a 3 como a 4 muito bem. São experiências diferentes mas ambas muito boas.

O jogo é jogável em 2 horas, sempre, sem excepções. Ou seja, não sei o que querem dizer com demasiado longo, quanto tempo isso significa mas, duas horas é o tempo de jogo, sempre!

Quanto à qualidade das regras, pois, estamos conversados.

Se tiverem alguma dúvida que eu possa ajudar, é só dizer.

Carlos Abrunhosa disse...

@Soledade

Muito longo foram 4 horas (aprox.)

Ora jogo que dure mais de 2 horas/ 2h30 já me maça um bocado...

Quanto aos esclarecimentos acho que poderão ser muito úteis.

Algumas questões que surgiram foram aquelas que apareceram no artigo do Gonçalo.

No compto geral a minha experiência de Brass foi boa e acredito que vou gostar muito mais.

soledade disse...

Carlos, acredita, alguma coisa pode estar a correr-vos mal. Eu já joguei mais de 20 jogos de Brass e não demora mais de 2 horas! Talvez o segundo jogo já demore bem menos e o 3º também e o 4º....

Carlos Abrunhosa disse...

Na verdade o que correu mal foi a falta de alguém que já tivesse jogado o jogo e tivesse evitado a ida constante ao rules book.

Achei também que este 1º jogo sofreu imenso de AP, e eu também tive a minha cota parte de responsabilidade nisso.

Mas, continuando a nossa política de 1j/5ps (1jogo/5 partidas seguidas), vai dar tempo para gostarmos mais ou detestarmos mais! :)

Gonçalo disse...

Vamos (ou pelo menos eu vou)gostar masi de certeza. Fiquei, apesar de todos os contratempos, muito bem impressionado com o jogo. E sim, tenho a certeza que o próximo jogo vai demorar bem menos. O primeiro jogo é necessáriamente mais longo...tudo é novidade, existem montes de dúvidas, o pessoal não está dentro da dinâmica, enfim...nada que não se resolve. Não te preocupes Carlos, também estou convencido que o jogo não vai demorar mais do que 2 a 2,5 horas. E com isto tudo fiquei foi com vontade de jogar Brass já! eheheh

Abraço,
Gonçalo

Duarte disse...

O Brass a mim só me convenceu à terceira ... mas convenceu-me e bem!

Quando o joguei pela primeira vez não tinha tido oportunidade de ler as regras e como tal caí de paraquedas, e o Vital atenção é um bom explicador de jogos mas claro está que fica sempre alguma coisa de fora, nomeadamente aquela brilhante regra que podemos descartar 2 cartas para construir nas locations que quisermos (e logo a mim que me tinha dado um jeitaço nesse jogo ...)

Se calhar já tem mas existem umas regras reestruturadas no BGG para o Brass. Quanto a mim simples e eficazes.

http://www.boardgamegeek.com/file/download/30109/Brass_Restructured_Rules_v1.pdf

Quanto ao tempo de jogo, estou com o Soledade dificilmente ultrapassará as 2H, 2H30 dependendo do número de jogadores. Mas atenção que para as bandas do Pinhal do D. Dinis que há quem se queixe do Caylus demorar 4 horas :=)

Boas jogatanas!!

JTiago Fernandes disse...

Pois eu diverti-me mais nesta primeira sessão do Brass do que com a primeira sessão do Imperial (apesar de ter ganho em ambas as estreias)...!
Mas acho que foi só porque desta vez não estava a ver o tabuleiro de pernas para o ar... :P