Como é hábito na quinta-feira às 21h dá-se início ao encontro dos 3 jogadores do grupo de Boardgamers de Aveiro (hehehe)! Esta semana calhou a vez ao Gonçalo de ser o nosso anfitrião, um sumito e uns biscoitos na mesa e tudo estava preparado para dar início a mais uma sessão de jogatina. Jogo escolhido pelos internautas do JogoEu – CAYLUS. Seja feita a vossa vontade (embora a maioria dos votos tenha sido nossa!)
O Jorge teve uma sessão de 30 minutos de explicações mas aos 20 já denotava claros sinais de ansiedade para dar início ao jogo (como é típico nele!), com frases tipo “- A jogar percebe-se melhor” e “- Vamos começar e depois explicas melhor”, percebe-se logo que um gajo já está farto de ouvir regras e quer mesmo é debulhar o jogo mesmo que ainda não tenha alinhado tudo no mesmo ficheiro cerebral, mas, como em outros domínios, o nosso cérebro é um engenhoso instrumento de correlações… Viva o cérebro, esse monte de massa consistente capaz de nos pôr a jogar Caylus !!! Eh, viva, viva!!!
Às 22 lá demos início às hostilidades. O Gonçalo começou, eu fiquei em 2º e o último lugar ficou para o estreante – Jorge.
Eu decidi artilhar-me de caneta e papel para ir rabiscando esta session report (mas afinal até me esqueci do rascunho na casa do Gonçalo!). Esta iria ser a minha primeira missão em trabalho de “reportagem” para a redacção do JogoEu… Eia que grande valor, que tamanha responsabilidade, que honra… Ok já chega! Foi uma péssima ideia, primeiro porque me esqueci da porcaria do rascunho na casa do anfitrião, e agora, estou para aqui a puxar pela massa consistente para tentar recordar aquilo que se passou no jogo, depois, porque não é lá muito fácil fazer duas coisas quase em simultâneo e também porque é chato para caraças tirar apontamentos das jogadas dos outros. Prometo que não volto a fazer! Tiro fotos e já é muito bom!
Voltando ao jogo, com maior ou menor rigor, a verdade é que eu passei a ser o último a jogar nas jogadas seguintes, erro crasso, mas para aprender eu tenho sempre de bater com a cabeça (já é sina!), o Jorge passou a maior parte do tempo em 1º na ordem de jogo e a comandar os PP (Pontos Prestígio), o Gonçalo passou a maior parte do tempo a dominar os FR (Favores Reais) e eu passei a maior parte do tempo sem saber bem o que fazer (o que me fez passar tempo de mais em último lugar na ordem para jogar).
Continuo sem saber muito bem como é que consegui manter-me até à penúltima jogada (???) entre o Gonçalo e o Jorge mas percebi claramente (mesmo antes de acabar o jogo) que iria ficar muito desacompanhado no final da contagem de dinheiro, cubos e ouro! Isto porque o arsenal de ouro que o Jorge acumulou na parte final do jogo, foi tal que fazia lembrar o Banco de Portugal no tempo do Salazar (esse Grande Português!!!), e também porque o Gonçalo parecia estar a “filar-se” à catedral (jogada de laboratório que ele já ensaiou comigo e com sucesso), claro que, como bom atleta que treina muito bem estes lances de “bola parada”, lá conseguiu uma vez mais comprar e construir a catedral e recolher os 25 PP que lhe deram a vitória por uma nesga. Nem mesmo o ouro Salazarista do Jorge lhe chegou para “rasteirar” o galopante avanço da catedral Gonçalista.
Depois de acabarmos, concluímos que o Gonçalo sempre soube que se um de nós colocasse um trabalhador no edifício de construção de edifícios azuis, ele nunca teria conseguido construir a catedral e assim quem teria ganho era o Jorge (esta omissão do Gonçalo fez-me lembrar qualquer coisa que se passou num jogo de Power Grid…).
Em jeito de conclusão queria dizer que embora já seja a segunda vez que jogo Caylus, e que não ganho, continuo a gostar do jogo, aprendi nas duas partidas algumas coisas muito importantes, aprendi-as da pior forma mas penso que já não cometerei os mesmos erros no futuro. O jogo é bom, exigente, bonito e bem engrenado, mas também é lento, cruel para quem erra e muito difícil para quem não se dá bem com grande contabilidades… No deve e haver o saldo é claramente positivo.
É um must have em qualquer ludoteca que se preze, mesmo não sendo o meu preferido, esse ainda é Puerto Rico, gostaria muito de o comprar um dia destes, de preferência a versão de Mike Doyle (mas essa é cara e limitada!)
Até breve…
3 comentários:
Grande jogo....!
Só foi pena a vitória ter-me fugido mesmo no final, fiquei com um travo amargo no fim, pois estava convencido que o ouro dava e sobrava para ganhar.
Quando me consciencializei que o Gonçalo ia conseguir pedra suficiente para a maior construção já era tarde demais, pois estava convencido que ele ia construir uma de 14 ou 16, nunca a de 25...Mas achei o jogo excelente na mesma, longo mas com poucos down times, pois durante a jogada dos outros estamos sempre a adequar a nossa estratégia face a essa jogada. É um jogo em que existem inúmeras estratégias para se ganhar, o que é bom...
É para repetir por certo, mas para a semana que venha o "EL Grande"
Foi de facto por uma unha negra!
Carlos, fizeste um bom trabalho na escrita da "session report"! Gostei do tom bem disposto e bem humorado que utilizaste! Parab�ns! S� n�o percebi aquela refer�ncia ao powergrid (uma coisa � interpreta�o e verifica�o de uma regra, outra � chamar a aten�o para um esquecimento!) eeheheheh
Nas pr�ximas sess�es vamos tentar tirar mais apontamentos (os tr�s, que o tempo da escravatura j� l� vai :) e ver como funciona.
Abra�os
Eu sou o gajo que não gosta de jogar Caylus. Acho o jogo bom, percebo porque é que gostam de o jogar, mas eu não gosto. Irrita-me estar sempre a dividir os meus turnos com o objectivo de fazer sempre a mesma coisa.
Colocação de trabalhadores - no início então é um suplício porque só há praí umas 6/7 opções. Para além disso é só escolher quem chega primeiro uma vez que nem sequer existe coabitação.
E depois é a repetição sistemática das acções todas, desde os favores às construções, enfim, não tenho pachorra para estar ali 3 horas a fazer o mesmo.
Mas bom texto. :)
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