quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Sessão 3 - Setembro 2008 (3ª e 4ª feira)

Na terça-feira o Gonçalo apareceu cá em casa e decidimos descobrir as regras do Taj Mahal. Depois de montarmos o setup começámos a ler o "manual de instruções".

O jogo é relativamente fácil de entender, só as condições de pontuação é que me baralhavam um bocado, na primeira vez que eu li as regras, mas desta vez, com a ajuda do Gonçalo as dúvidas dissiparam-se e , salvo um ou outro arenito, estamos aptos para o jogar a 5 num próxima oportunidade.

As primeiras impressões com que fiquei, depois de ter sido "trucidado" na partida inaugural por uma diferença de cerca de 50 pontos (!), é que as cartas de elefante são muito importantes e a maioria nesse domínio é muito importante, assim como a posse da carta de influência +2 (só aqui o Gonçalo "absorveu" para lá de 10 pontos).

A palavra certa para este jogo é - pouco sal. Penso que por detrás da primeira partida se esconde um grande jogo estratégico, sem uma pontinha de tema (bem ao estilo alemão), mas que para mim nem sequer é um handicap como será para alguns jogadores! Não escondo que um jogo bem embrulhadinho num tema omnipresente durante uma partida, me enche as medidas, mas não passa de um plus, que nas minhas avaliações pessoais, ajudam a distinguir um jogo bom de um jogo bom +/muito bom.

Mas voltando à partida de ontem, resta-me dizer que aqueles que equacionam comprar Taj Mahal têm aqui um belíssimo jogo porém não devem comprá-lo sem o experimentar antes (como devia ser com a maioria dos jogos!).

Como ainda sobrava algum tempinho decidimos jogar um dos nossos "bem-amados" - Race for te Galaxy. Já tive oportunidade de dizer aqui que RftG é um jogo que gostamos particularmente de jogar porque tem qualquer coisa que nos impele a jogá-lo continuamente. Acho que o meu apetite "coleccionador" emerge bastante com este jogo.

Para quem não conhece RftG é um jogo de cartas em que os jogadores vão "construindo" um conjunto de infraestruturas e planetas que lhe permitem obter pontos de vitória e bónus. As cartas conjugam-se numa multiplicidade de funções, obtendo-se por vezes o efeito "combo" dos jogos de "flippers" (...e não só!)!


O que para muitos é um perfeito tédio - colecionar cartas, construir e pagar por essas construções, produzir, vender, consumir... - cá pelo burgo é visto como pura diversão! É por isso que o mundo não se vira!

E para a história ficou um empate a 31 pontos com a igualdade a decidir-se no pormenor das cartas (eu com mais que o Gonçalo).

Repartidas as vitórias na noite, quer ao nível dos resultados como na qualidade do tempo despendido!

Na quarta-feira realizou-se nova sessão, desta feita de novo em minoria - 3 em 7! - o Gonçalo, o Jorge e eu. O Tiago anda cheio de trabalho e avisou que não poderia estar, a Sílvia já "regressou" ao Porto e a Filipa deixou aberta a possibilidade de não estar aqui no tagboard... e confirmou-se! :( !

Bem mas com três já é possível jogar Stone Age, a minha nova aquisição! Que jogo tão lindo! Menzel no seu melhor, e a ver pelas estreias de Essen o homem está a ter uma "rodagem"...


Mas agora o filme da partida. Começámos com um assunto ante do normal desenrolar da ordem de trabalhos - 2-3 em Alvalade - o recinto dos lagartos não não foi talismã para a selecção! Desilusão à parte, começámos a jogar. Expliquei as regras com calma e de forma pormenorizada, tirei as dúvidas que ainda existiam e ainda ficou uma, que estou a tentar "dissolver" - como se faz quando alguém está no 0 (zero) no marcador de pontuação, não tem comida para alimentar a população nem recursos? Tem de apontar num papel 10 pontos negativos?


Dando início à partida eu partia numa ligeira vantagem, verdade seja dita, porque já tinha jogado algumas vezes o jogo online. Optei de início por uma estratégia que privilegiasse o aumento da food tracking e também o aumento da população, descurando completamente o procura por utensílios. Por outro lado o Jorge foi desde muito cedo procurando amealhar pontos através das construções e nas cartas. O Gonçalo foi procurando obter um pouco de tudo não se vislumbrando uma preferência específica, a não ser na parte final em que optou claramente pela maximização das cartas com bónus para utensílios (artesãos).


O jogo do Jorge conduziu-o a uma pontenciação das construções (6 no fim do jogo) e com um factor multiplicador de 6 (construtores), o que lhe deu 36 pontos (6x6); e também ao nível das cartas de civilização com 5 artefactos distintos, angariando aqui 25 pontos (5x5), no fim conseguiu uma pontuação de 135.


O meu jogo foi mais virado para a obtenção de pontos pelo aumento do número da população e pela consquista das cartas de Shamans (factor multiplicador da população); também apostei na conquista de pontos pelas construções (5 ao todo), no entanto não consegui usufruir do bónus multiplicador final porque não consegui consquistar nenhuma carta de construtores (!). Ainda consegui bastantes pontos com a minha agricultura (cheguei ao nível 7) que se multiplicou com os 6 agricultores que coleccionei com as cartas de civilização. No fim obtive uma pontuação de 155 pontos.


O Gonçalo acho que se "perdeu" um pouco na multiplicidade de caminhos para a vitória, tentando abraçar várias "entradas", mas não avançando muito em nenhuma delas. A sua estratégia começou-se a delinear bastante tarde, no último terço da partida, o que só lhe deu tempo para apostar mais numa área - os utensílios e nas cartas de artesãos - que no fim não foram suficientes para lhe engordar o resultado final de 97 pontos.


Apreciações globais muito satisfatórias, com os nossos gostos pessoais a virem à "tona", o Jorge e o Gonçalo mais virados para jogos mais complexos (Imperial e Caylus), a mostrarem-se muito satisfeitos com a criação de Tummelhofer embora referindo a sensação de "leveza" do título; enquanto eu a sentir-me muito contente com a aquisição, bem na minha linha de gosto "actual" de jogos com alguma dose de compromisso intelectual, mas próximos de jogos mais familiares e descomplicados onde reine uma razoável "dose" de aleatoriedade no desfecho das partidas!

Aspecto negativo do jogo é quanto a mim a impossibilide de se poder jogar com uma configuração a 5 jogadores, pois assim poderiamos juntar quase o grupo todo numa partida (coisa menor!).

Fiquem bem e até breve...

7 comentários:

Carlos Abrunhosa disse...

Acho que me estiquei demais no artigo. Mas é um 2 em 1!

Ups! :s

vch disse...

Não, não te esticaste no artigo.

Acho o Tajmahal um jogo muito bom em termos de mecanicas, e nas diferentes maneiras de obter pontos. E apesar de ser um tipico knizia, tem mesmo sal a menos.

Quanto ao stone age, na categoria de jogos medio-light é um jogo muito interessante com multiplas estrategias para a vitoria, suficientemente dependente da sorte mas não exageradamente. Poderá ser um bom gateway..

Gonçalo disse...

Concordo com o Vasco, não te esticaste, aliás, tu nunca te esticas!;) hehehe
O Taj Mahal não me convenceu assim muito à primeira vista. Precisa de vir mais umas quantas vezes à mesa para ser melhor analisado.
Já o Stone Age me agradou, à primeira, bem mais. Jogo bonito, componentes muito bons e uma mecânica que eu gosto. Quero jogá-lo novamente quanto antes, até porque preciso de "limpar a face", uma vez que levei uma abada dos meus companheiros no primeiro jogo.
Abraço, Gonçalo

Carlos Abrunhosa disse...

@Gonçalo
É já na próxima! hehe
Eu também fiquei a adorar mas ainda não consegui jogá-lo com mais ninguém.

soledade disse...

Eu gostei muito do Stone Age embora o ache um bocadinho longo demais, às vezes.

A review não é nada longa. o espaço é teu! :)

Quanto ao Taj Mahal, muito chatinha a minha última sessão.

Abraços
PS

Jorge Teixeira disse...

Quanto ao Taj Mahal não posso dizer nada porque ainda não tive oportunidade de jogar, mas o Stone Age parece-me ser um jogo muito interessante, fiquei com boa impressão logo à primeira.

Abraços

Carlos Abrunhosa disse...

Sim, de uma maneira geral estou de acordo em relação às variadas opiniões. O Taj Mahal foi muito "seco", mas efectivamente tratou-se de um jogo de aprendizagem de regras, nem lhe posso chamar 1º jogo, foi quanto muito o jogo 0 (zero)! Nota-se logo que é um Knizia pela sua linha "matemática", quase geométrico, onde tudo encaixa e desliza de forma pensada e estruturada. O pior é que nem sempre isso é sinónimo de um grande jogo!... A conferir num próxima oportunidade!

Em relação ao SA já a história é outra! Como sabem sou cada vez mais admirador de jogos descomplicados (embora também goste muito dos antónimos!), mais numa linha ligh-medium (para os entendidos em compartimentação de jogos)! SA é uma pérola quando falamos de ilustração, e esse é um item que me sensibiliza muito num jogo, e bastante entretido. Já quanto à sua duração, estou completamente em acordo com o Soledade. Podia ser melhor. Para gozar durante as tarde cinzentas de Outono-Inverno que se aproximam!